Feel entrevista a fotógrafa Paloma de Souza

“A fotografia mostra como a mulher é vista por outros olhos e capta o que ela não consegue ver, na maioria das vezes, com os próprios olhos.”

Com essa fala apresentamos a Paloma de Souza, fotógrafa que trabalha o feminino e a ancestralidade em um trabalho lindo e autoral (e recentemente fez um ensaio com os produtos da Feel). Conversamos com ela sobre o seu trabalho, o ato de fotografar outras mulheres, entre outros assuntos.

Como você se descobriu fotógrafa? Eu sempre gostei de observar e captar arte com os olhos, mas não entendia muito nem sobre mim mesma. Descobri a fotografia quando resolvi me aprofundar mais sobre minha ancestralidade e me apaixonei, comecei minha trajetória em 2016.

Quando você se despertou para a linha de trabalho que tem hoje? Eu trabalhei em muitos empregos Clts, no começo eu achava que tinha que ter um bom emprego e uma faculdade, mais nunca me encaixava, parecia que faltava algo na minha vida e foi onde eu conheci a fotografia e então eu tive certeza que era o que eu queria fazer pra vida.

Quais são os seus maiores aprendizados e desafios com a fotografia feminina? A fotografia além de arte é um resgate, de autoestima e de sensações. Eu aprendi a ser mais sensível e lidar com pessoas, cada uma com sua personalidade. O maior desafio, na maioria das vezes, é lidar com a insegurança; Eu faço fotos de pessoas que, na maioria das vezes, não são vistas e é bom saber o quanto fiz aquela pessoa feliz por um momento.

Você acredita que a fotografia é uma ferramenta poderosa no processo de libertação e reconexão da mulher com o seu corpo? Com toda certeza a fotografia mostra como a mulher é vista por outros olhos e capta o que ela não consegue ver, na maioria das vezes, com os próprios olhos. A beleza, o afeto e a delicadeza, eu tento mostrar isso sempre para que elas saibam que cada uma tem sua beleza e que possam amar seus corpos e seus traços.

A maioria de nós teve os ideais da nossa identidade feminina formada pelo externo (imagens e estereótipos formadas pela mídia, a sociedade, etc). Para você, como podemos quebrar esse ciclo e acolher o nosso corpo de uma forma mais real e saudável? Existem mulheres de todos os jeitos com todo tipo de corpo, cada uma com um modo de pensar, reconhecer que você pode ser do jeito que você quiser já é um bom começo.

Muito se fala sobre o autoconhecimento do corpo ser uma forma de conhecer melhor a nossa libido e o nosso prazer. Como você vê a fotografia nesse espaço? As mulheres estão quebrando o tabu sobre explorar os próprios corpos, o que traz muitos benefícios, porque falar sobre sexualidade é também falar sobre saúde, sobre autoestima, sobre ser livre. A fotografia se encaixa muito nisso porque também desperta o sentimento de se redescobrir.

Qual a dica que você dá para as mulheres explorarem mais suas sexualidades nesse período de confinamento a partir da fotografia? Falar sobre sexualidade também é ancestral, se explorem.

Sobre nudes e fotos sensuais, você tem algumas dicas para quem deseja se aventurar um pouco mais nesse universo? Quando penso em fotos sensuais, penso em coisas minimalistas, falar do nosso corpo é pensar que levamos um templo, é uma obra magnífica, ele que faz a gente andar, sentir alegria, tristeza, amor, prazer, paixão e infinita outras coisas que ele é capaz, então pensar em detalhes é o essencial.


Leia também a entrevista com a fotógrafa Maria Ribeiro aqui.

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